domingo, 27 de abril de 2008

Hipertensão

Camila Vieira
Estima-se que 30% da população brasileira sofra de hipertensão, o que representa mais de 50 milhões de pessoas. Desse total, cerca de sete milhões são crianças e adolescentes. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Com o objetivo de alertar a população sobre os riscos da doença, a SBC realiza hoje uma campanha em parceria com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Nefrologia e Associações de Pessoas com Hipertensão. O lema da campanha é “Tratar a pressão alta é um ato de fé na vida”. As atividades de orientação e avaliação gratuita acontecem no Parque da Cidade, no Itaigara.
A hipertensão, segundo a SBH, é a maior causa de derrames cerebrais, insuficiência renal ou paralisação dos rins, infarto do coração, insuficiência cardíaca, angina do peito, lesões nas artérias e alterações na retina que podem levar à cegueira. É conhecida como “inimiga silenciosa”, dado que muitas vezes o paciente não apresenta sintomas. A diretora do Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia (Funcor), Isabel Guimarães, explica que é muito importante que as pessoas conheçam os fatores de risco da hipertensão e aprendam como controlar a doença. “Vamos avaliar as pessoas e fazer a medição da pressão arterial”, diz a cardiologista.
A médica explica que todas essas doenças ligadas à pressão arterial são gravíssimas e, muitas vezes, fatais. No entanto, os problemas podem ser evitados com o devido controle da pressão. “Esta é uma doença que não apresenta sintomas perceptíveis, a não ser quando acontecem complicações como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto, duas das maiores causas de morte da população brasileira”, afirma a cardiologista. Três fatores importantes contribuem para elevar a pressão arterial: obesidade, sedentarismo e sal em excesso. Outras questões que levam à hipertensão são o colesterol elevado e tabagismo.
***
Medidas de prevenção
De maneira geral, o quadro é considerado como hipertensão quando a pressão sistólica fica acima de 140 milímetros de mercúrio e a diastólica superior a 90. Medidas simples como atividade física e diminuição de sal na alimentação já resultam em um grande impacto no combate à hipertensão, segundo especialistas. Estimativas apontam que os brasileiros ingerem, em média, de quatro a cinco colheres (de café) de sal, o equivalente a dez gramas por dia, mas o corpo precisa apenas de 2,5 gramas, quantia que é inferior a uma colher.
A cardiologista Isabel Guimarães alerta que o sal não deve ser abolido da alimentação, uma vez que o corpo precisa dele para cumprir algumas de suas funções. No entanto, o sal em excesso ajuda na retenção de líquidos, o que faz a pressão subir. Também é fato que algumas pessoas são mais sensíveis ao sal do que outras. Para estas, o exagero de consumo é mais danoso.
O tratamento da hipertensão é contínuo e só pode ser indicado pelo cardiologista. Geralmente é possível fazer o controle com base em medicamentos anti-hipertensivos e mudanças de hábitos alimentares e a prática de atividades físicas. “As graves conseqüências podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento”, diz a cardiologista.
fonte correio da bahia

Nenhum comentário: